O presidente Nacional da Agasp Brasil, Toni Duarte e o presidente da Agasp Regional de Belém, Vitor Albarado, estiveram presentes ao ato de posse dos lideres garimpeiros Jose Fiúza Saraiva (Zequinha) e Aldomiro Silva (Neguinho) como diretores do núcleo da Agasp Brasil na região. O Comando da Associação Nacional já está funcionando a partir deste sábado, na Avenida Presidente Vargas, 2464, bairro Aparecida, cidade de Santarém. Telefones para contatos com Zequinha são: (93) 91632840 /81153112. Telefone para contato com Neguinho : (93) 91569532 ou 35240494.
Nunca a cidade de Santarém reuniu tantos garimpeiros com neste sábado. Todos atenderam a convocação feita durante toda a semana, através das principais emissoras de radio da cidade. A igreja Nossa Senhora Aparecida ficou pequena para tanta gente. O interesse de todos estava em torno do projeto da aposentadoria da categoria garimpeira que tramita na Câmara dos Deputados. O Projeto de lei de autoria do deputado Cleber Verde (PRB-MA) institui uma aposentadoria especial para os garimpeiros que se encontram nas frentes de trabalho e que estão com idade de ter o beneficio, alem de estabelecer uma pensão vitalícia aos ex-garimpeiros de Serra Pelada. O presidente da Agasp Brasil, Toni Duarte, explicou sobre os quatro anos de atuação da entidade em defesa dos interesses do povo garimpeiro brasileiro e os avanços de suas lutas dentro do Congresso Nacional. ”Sabemos que essa é uma luta árdua, mas temos a convicção de que ao final dessa batalha os garimpeiros do Brasil serão vitoriosos”, disse ele.
Apesar de Santarém ser chamada de a "Pérola do Tapajós", como ficou poeticamente conhecida a cidade, mas do ponto de vista técnico, o município é o único da rica região do Tapajós que não produz nenhuma grama de ouro, Mas, estatisticamente, ficou entre os primeiros em produção nacional do metal, isto porque possuía a maior infra-estrutura de mercado, com inúmeras empresas compradoras de ouro, aeroporto de nível internacional, porto para navios de grande calado, maior número de habitantes, sem falar de uma beleza natural deslumbrante que sempre atraiu investimentos de todos os seguimentos do mercado. Mas esse cenário alvissareiro de outrora que era inatingível até a década passada, está cada vez mais decadente com o desaparecimento das áreas garimpáveis que estão sendo engolidas pelas inúmeras hidrelétricas ao leito do velho Tapajós.
Para que não sabe Tapajós é a maior área garimpeira do Brasil e do mundo. São 100 mil Km² que já chegou a ser explorados por algo em torno de 50 mil garimpeiros. Encravada na porção sudoeste do Pará, a 1.300 quilômetros de Belém, Tapajós tem mais de 200 pistas de pouso ainda ativas, mas já teve em tempos áureos cerca de 500. A maioria dos solitários profissionais da bateia cada vez mais, por falta de organização, fica a margem do seu único meio de subsistência, por não ter se inserido dentro dos conceitos ambientalmente e socialmente saudável.
A única esperança depositada por uma considerável parcela de envelhecidos trabalhadores garimpeiros do Tapajós é a aposentadoria. Inúmeros deles já não agüentam o mesmo pique de antes. O mercúrio usado durante anos na garimpagem tem sido o maior causador da fragilização física de centenas de homens que ajudaram a impulsionar a economia de cidades como Santarém e Itaituba. Só para entender direito o mercúrio é um metal pesado que se acumula no organismo humano e, a longo prazo, pode causar problemas neurológicos. A substância pode ter efeito também na carga genética das gerações futuras. A Agasp Brasil, de acordo com as suas principais lideranças, chegou na maior região garimpeira do Brasil, para organizar um povo e com o compromisso de brigar pelo seu mais legítimo direito que é a aposentadoria.
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