As 45 mil fichas armazenadas no cartório da Coomigasp passarão a partir do dia 11 de janeiro por uma minuciosa “operação pente fino” por auditores especializados cujo resultado será anunciado em março durante uma assembléia geral a ser convocada para este fim e outros. A medida foi acertada ontem durante reunião em Brasília que contou com a presença do presidente da Coomigasp, Gessé Simão, com o presidente da Agasp Brasil, Toni Duarte, com Jairo Leite do Departamento Jurídico da cooperativa e com a presença do auditor fiscal e contábil, Alaerte dos Santos Silva, representante da Dimensão Contabilidade e Auditoria, empresa com 15 anos de atividades no mercado.
A reunião em Brasília serviu para atender e por em pratica algumas medidas sugeridas pela Agasp Brasil que são a de implantar gestões administrativas mais eficazes e saneadoras, além de promover investigações com objetivo de detectar possíveis fraudes no cartório e o fechamento do seu quadro social. “Vamos ter que mexer na caixa preta da cooperativa se quisermos prepará-la para esse novo momento. Carteiras fraudulentas ou com vícios serão eliminadas não por mim, mas por ato de decisão da próxima assembléia geral”, disse Gessé ao assinar o contrato com a Dimensão Contabilidade e Auditoria que irá atuar em conjunto com a Assessoria Jurídica da Coomigasp.
Para que a Coomigasp contratasse a Dimensão, Gessé teve que fazer ajuste na folha de pagamento diminuindo em pelo menos 40% inicialmente. “Não tive outra opção a não ser demitir”, disse.
Desde a sua fundação em 1988 é a primeira vez que o cartório da Coomigasp será auditado por profissionais especializados e sem qualquer vinculo com funcionários ou diretores. A última auditoria cartorial realizada na Coomigasp foi feita durante a gestão de Valder Falcão. Realizada pelos próprios diretores da cooperativa. Não se tem conhecimento de eliminação de alguma carteira, embora muitas delas tenham sido encontradas sem assinaturas dos seus respectivos sócios e outras com suspeitas de fraudes. Há informações, não oficiais, de que pelo menos cerca de cinco a sete mil carteiras estariam eivadas de problemas como esses as quais serão certamente detectadas .
A missão dos auditores da Dimensão Contabilidade e Auditagem é passar o pente-fino nas irregularidades. Após a diligência, poderá ser emitida nota técnica sobre os assuntos levantados, contendo as revelações, conclusões, recomendações e ações corretivas adotadas, conforme cada caso diligenciado. Além da situação cadastral de cada carteira no cartório da Coomigasp a auditoria também irá mapear o tamanho da inadimplência de cada sócio.
Os que tiverem a cima de três anos sem pagar as anuidades exigidas pelo Estatuto serão considerados como excluídos do quadro social. Os que estiverem inadimplentes de seis meses a três anos terão suas matriculas suspensas por um período de 90 dias, prazo que terão para regularizar a situação.
Para Alaerte dos Santos, diretor da empresa Dimensão, esse trabalho de auditoria no cartório da Coomigasp tem como objetivo macro prestar ajuda à administração, possibilitando-lhe o conhecimento da forma como desenvolve suas atividades, oferecendo condições para um desempenho adequado de suas obrigações, proporcionando análise, apreciações, recomendações e comentários objetivos e/ou convenientes acerca das atividades investigadas.
Ele disse ainda que somente após o saneamento do cartório e o fechamento definitivo do quadro social e a divulgação de quem realmente é sócio da Coomigasp é que a sua empresa terá todas as condições técnicas de apresentar um estudo que possa apontar alternativas sobre a divisão dos lucros da produção da mina de Serra Pelada. “Antes, temos que realmente saber quantos são os que têm direito sobre isso”, afirmou.
Fonte: Agasp Brasil/ASCOM Coomigasp
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